sábado, 13 de setembro de 2008

Paris mai

(Claude Nougaro - Paris Mai)

Foi bom não ter escrito sobre Paris logo que cheguei. Hoje, quase uma semana depois, já digeri bem a curta viagem e, por isso, posso comentar com mais propriedade. Fotos no álbum.



Fiz, em três dias e pouco, boa parte do roteiro clichê da cidade luz. Foi forte. As opções são tantas que as multidões de turistas ficam perdidas, circulando feito horda bárbara em ambiente de realidade virtual. Paris é demais, mas a Internet (com o Google Earth e similares) e a megapopularidade da capital da França como roteiro turístico podem, potencialmente, diminuir a graça do passeio.

Por isso, resolvi falar apenas de alguns pontos com significado especial para mim, acompanhados da sugestão de trilha sonora.

1) O caos da cidade grande em versão cinematográfica (Caetano Veloso - Sampa)
Mesmo podendo andar pelo Quartier Latin, por Montmartre ou pela Champs-Élysées, o parisiense sofre, ao longo das enormes linhas de metrô e ônibus, do mesmo mal que quase mata o paulistano. Mesmo bela e inspiradora, a cidade grande nunca faz sentido para todo mundo. Os rostos abismados de quem passa horas sendo transportado denunciam a infelicidade de quem não consegue interpretar a vida complexa na capital mundial do turismo.
Quero, um dia, morar numa cidade dessas. Mas por tempo limitado. Só para aprender o que elas podem me ensinar.

2) O Centro George Pompidou (Paris Combo - Living Room)
Arte contemporânea is bliss. A ignorância pode ser uma benção.
Sem entender muito o que via, fiquei encantado com o lugar, com as obras, e com as minhas reações. Assim como fiz no Musée d'Orsay e no Louvre, fotografei as (dezenas de) obras que mais me interessaram, para depois tentar identificar os aspectos comuns que me chamaram a atenção. Resultado da brincadeira: cores quentes, música, espaços urbanos e globalização são as minhas tags preferidas.

Minha área de trabalho está mais bonita com a fotografia de Weng Fen.

3) Jazz à la Villette (Air - Alone in Kioto)
Aderi ao hábito de pesquisar a agenda cultural das cidades que visito, antes de chegar. Isso rende frutos incríveis como o show de Fred Pallem & Le Sacre du Tympan, no festival de Jazz da Villette. Sintetizadores, trombones e um jazz/rock/lounge/indie/air/chansonfrançaise/avantgarde que eu não esperava ouvir.

Teve muito mais coisa. Mas não dá pra contar tudo. Vou voltar a Paris, logo.

(Phoenix - Run Run Run)

Um comentário:

Bruno Oliva Peroni disse...

Paris deve ser demais, mesmo. Deu pra sentir um pouco do que tu sentiu aí.

Tudo fica ainda melhor com essa baita trilha sonora e um show de jazz. Maravilha.

Abraço!