quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Uma realidade, duas visões

Em tempos de colapso do sistema financeiro global, eu, como estudante de finanças, posso encarar a realidade de duas maneiras.

Primeira: Considerando que o mercado de trabalho é globalizado, a desova de profissionais qualificados que estão perdendo seus empregos nas principais instituições financeiras do mundo dificultará o início da minha carreira profissional. Será impossível concorrer com financistas experientes, dispostos a trabalhar até 90 horas por semana sem perder o orgulho.

Segunda: O mundo vai precisar de sangue novo para reconstruir a ordem financeira. Não podemos mais confiar em um sistema que despreza os fatores ambientais, sociais, culturais e morais. O tempo das finanças verdes virá, e com o Brasil na frente. Já comecei a ler tudo o que posso sobre um domínio do conhecimento que os franceses chamam de finanças do carbono.

Este post é um oferecimento de Blue Ocean Strategy, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne (torrent).

(Los Hermanos - O Vencedor)

sábado, 13 de setembro de 2008

Paris mai

(Claude Nougaro - Paris Mai)

Foi bom não ter escrito sobre Paris logo que cheguei. Hoje, quase uma semana depois, já digeri bem a curta viagem e, por isso, posso comentar com mais propriedade. Fotos no álbum.



Fiz, em três dias e pouco, boa parte do roteiro clichê da cidade luz. Foi forte. As opções são tantas que as multidões de turistas ficam perdidas, circulando feito horda bárbara em ambiente de realidade virtual. Paris é demais, mas a Internet (com o Google Earth e similares) e a megapopularidade da capital da França como roteiro turístico podem, potencialmente, diminuir a graça do passeio.

Por isso, resolvi falar apenas de alguns pontos com significado especial para mim, acompanhados da sugestão de trilha sonora.

1) O caos da cidade grande em versão cinematográfica (Caetano Veloso - Sampa)
Mesmo podendo andar pelo Quartier Latin, por Montmartre ou pela Champs-Élysées, o parisiense sofre, ao longo das enormes linhas de metrô e ônibus, do mesmo mal que quase mata o paulistano. Mesmo bela e inspiradora, a cidade grande nunca faz sentido para todo mundo. Os rostos abismados de quem passa horas sendo transportado denunciam a infelicidade de quem não consegue interpretar a vida complexa na capital mundial do turismo.
Quero, um dia, morar numa cidade dessas. Mas por tempo limitado. Só para aprender o que elas podem me ensinar.

2) O Centro George Pompidou (Paris Combo - Living Room)
Arte contemporânea is bliss. A ignorância pode ser uma benção.
Sem entender muito o que via, fiquei encantado com o lugar, com as obras, e com as minhas reações. Assim como fiz no Musée d'Orsay e no Louvre, fotografei as (dezenas de) obras que mais me interessaram, para depois tentar identificar os aspectos comuns que me chamaram a atenção. Resultado da brincadeira: cores quentes, música, espaços urbanos e globalização são as minhas tags preferidas.

Minha área de trabalho está mais bonita com a fotografia de Weng Fen.

3) Jazz à la Villette (Air - Alone in Kioto)
Aderi ao hábito de pesquisar a agenda cultural das cidades que visito, antes de chegar. Isso rende frutos incríveis como o show de Fred Pallem & Le Sacre du Tympan, no festival de Jazz da Villette. Sintetizadores, trombones e um jazz/rock/lounge/indie/air/chansonfrançaise/avantgarde que eu não esperava ouvir.

Teve muito mais coisa. Mas não dá pra contar tudo. Vou voltar a Paris, logo.

(Phoenix - Run Run Run)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Exame no Casino

Estava checando a revista de negócios Exame para não esquecer o ambiente empresarial brasileiro e me deparei com uma reportagem interessantíssima sobre os programas de microcrédito do Banco Real. Vale a pena entender a trajetória (nem sempre) bem-sucedida do banco na difícil tarefa de lançar um produto com impacto tão positivo sobre a sociedade.

O que não posso deixar de comentar é a nota sobre o aumento da participação da rede varejista francesa Casino no capital do lendário Pão de Açucar, da famíla Diniz.
Viajei no espaço e no tempo para lembrar minhas discussões com o Baldusco, que criticava as restrições impostas pelo governo francês aos grandes hipermercados. Os franceses adoram o pequeno varejo. As boulangeries, épiceries, boucheries e pâtisseries são parte inseparável da vida nas cidades daqui e, por isso, merecem a proteção do Estado.

Mas, como eu moro bem perto de um Casino, faço minhas comprinhas (nem tão) baratas naquele bloco de concreto horrível que, além de todo o resto, vende os produtos da marca própria da rede.



Apesar das falhas de mercado geradas pela intervenção estatal, a criatura cinza até que é bem evoluída. É possível comprar sem passar por operadores de caixa humanos, já que alguns dos caixas permitem que o próprio cliente passe seus produtos pelo leitor de códigos de barra e os pague, com cartão ou com dinheiro vivo. Só não vale exigir que a maquininha forneça sacos plásticos para o transporte das mercadorias. A rede Casino acaba de adotar, por força de lei, uma medida que seus concorrentes franceses há muito já haviam implantado. Cliente agora não ganha mais sacolinha, mas pode comprar bolsinhas com dizeres ambientalmente corretos.

É o futuro chegando, Brasil!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Trenzinho

Filmei o percurso de 20 minutos entre a minha casa e a estação de Grenoble no tramway, um bonde moderno que atravessa a cidade em 4 linhas. O vídeo foi gravado no sábado de manhã, quando eu estava indo me despedir das minhas queridas amigas indianas que estiveram aqui para o curso de francês do CUEF. A trilha sonora é Echoes, do Pink Floyd.



Na sexta-feira passada, aconteceu a última das apresentações noturnas no museu. Era uma banda de jazz tradicional bem interessante. Meu álbum tem algumas fotos e vídeos.

Quinta-feira toquei violão num showzinho do curso. Pena que a parte da música brasileira acabou não sendo gravada, mas aqui está uma versão bizarra de La Vie en Rose cantada pelos meus colegas. Eu sou aquela camiseta verde e branca, ao fundo, com o violão.